Dança das estações

As estações seguem seu rumo ao infinito. Um ciclo interminavel em que outono, inverno, primavera e verão fazem sua dança mudando as cores do mundo e trazendo consigo uma mescla de emoções e sensações que muitas vezes se tornam inesqueciveis.
Quem nunca se molhou e suspirou com o calor do verão? Ou sorriu com o aroma das flores na primavera? Quem nunca se sentiu nostalgico no outono? Ou sentiu o calor do sentimento com o frio do inverno?
Acompanhamos o ritmo das estações a cada ano que passa, e sem que sequer notemos, nos tornamos dançarinos da dança que rege o mundo.  Nosso coração perde e ganha batidas com cada passo, e se pararmos para realmente sentir esses sentimentos, sensações e momentos que cada mudança nos traz, a mente e o espirito dançariam livres, os sorrisos se tornariam faceis e sinceros, e essa melancolia que nos acompanha pelas tristezas que fazem parte da vida.
Que tal nos soltarmos das redeas da rotina do dia a dia e nos permitirmos simplesmente observar e apreciar cada pequena paisagem, aroma, sorrisos que cada estação nos traz? Permita-se ser parte desse grande esquema que nos faz parte do mundo assim como ele faz parte de nós.

Siga os passos das estações

Musicas inspiradoras

Canção do inverno

A cada gota que cai

Cada amor que se vai

O vento suspira solidão

Que em cada sorriso oculta

Aquilo que poucos escutam

A amarga melodia do coração

Num timbre de flocos de neve

E o branco gelo que cobre o chão

Rezo ao inverno que me leve

Em sua fria e escura estação

Uma canção silenciosa

Tão simples e formosa

De tempos

Momentos

E doces tormentos

Lembrança

Esperança

Sorrisos de luz e dor

Oh suave canção do inverno

Que seu toque tão frio e terno

Não me tome o calor do amor

My angel

Se eu fechar meus olhos, por um minuto que seja, ainda posso sentir a fria brisa sobre a minha pele, o calor dos lábios sobre os meus, o momento em que o mundo simplesmente deixou de girar... e mesmo no silencio da minha imaginação, ouço o sussurro de sua voz que talvez nunca tenha acontecido.
O anjo que na noite sombria de verão sorrateiramente se esgueirou pela escuridão, e em passos suaves repousou ao meu lado, agora vive em minha mente nesta doce lembrança que faz meu coração ganhar asas.
Aquele beijo com um toque de inocência e malícia, que senti como um farfalhar de asas de borboletas em minha boca, aguçou meus sentidos, me tirando do véu do sono em que me encontrava e me trazendo para a realidade turva da madrugada. O silêncio da noite e um quarto vazio eram tudo o que havia la, e a calidez e luz do meu amado anjo encontrava-se apenas na minha memória e nos meus sonhos...
Doce anjo, dos olhos de escuridão e coração de luz, fecho os olhos à noite buscando o teu aconchego, abro meus braços para recebe-lo e deixar-me perder entre as plumas de tuas asas, e na eternidade encontrar a felicidade que a tanto a mim foi negada. Em um beijo de lábios de esperança, trouxestes meu coração à vida, e a mortalidade não mais tem sentido sem que eu possa voltar a senti-lo, a ouvi-lo sussurrar tão doces e silenciosas palavras que talvez eu nunca ouvi.
Anjo meu, minha salvação, que busca-me do abrigo da escuridão, leva-me em teus braços ao conforto dos céus

Diario de uma garota não tão popular (9)

É estranho como apenas na ausencia de sentimentos é possivel falar mais claramente sobre eles.
 Vejo dia após dia minha resolução deteriorar-se, e de repente nada daquilo que dava como certo parece tão absoluto agora, vejo erros e tudo aquilo de oculto por trás de cada minima coisa. Talvez seja essa a resposta... Quando não sentimos, não colocamos nossa visão acima da realidade, não há nada que altere aquilo que esta realmente acontecendo a nossa volta. Pelo menos comigo é assim. E sempre após esses momentos em que vejo meus erros, que vejo o quanto machuquei quem não merecia em prol dos meus proprios sentimentos e o quanto me machuquei por colocar expectativas onde não deveria, que penso no quanto a vida nos faz perecer para mostrar algo. Agora cheguei naquele nivel agradavel de calmaria depois da tempestade, e meus sentimentos estão muito bem entorpecidos para que eu possa analizar tudo que acontece a minha volta, e claro, não acabar com o que restou da minha sanidade.

Sem palavras...

Os dedos coçam na expectativa de colocar para fora tudo aquilo que esta entalado na garganta, a língua suplica à mente por palavras para expressar tudo que os sentimentos trazem à tona, mas apenas o silencio e uma folha em branco é o resultado.
Acho que isso me resume nos últimos dias. O diário, largado em um canto qualquer do quarto, testemunha esse período de inércia de sentimentos e ações. Creio que seja parte da "cura" para a ferida que antes consumia parte de minha alma. Ou talvez ela tenha sido consumida totalmente. Tudo que eu sei é que a inspiração escapa por entre meus dedos e as linhas que consigo com custo criar, são apenas o retrato cru de uma realidade dolorosa que eu simplesmente me tornei incapaz de processar. Apenas espero não perder o dom de sonhar os meua dias, pois sorrir e sonhar são minhas unicas riquezas que dor nenhuma deveria sufocar. "oh doce traço de poesia Do deslizar das palavras em algo real Não faça o poeta esquecer os seus dias De um sonho de inverno que não tem um final "

Memórias

O frio do outono embala o meu tormento
E a chuva la fora soa como um lamento
Um sussurro sutil de alguem distante
Que chora minhas dores por um instante
E de subito o silencio parece mortal
Tornando a lembrança em algo tão real
Que nem o choro da chuva consegue aplacar
Nem o mais belo sorriso pode disfarçar
A dor que carrega esse coração
Lapidado no mundo de decepção
E que o véu do sonho não pode conter
Quisera eu, com olhos de poeta
Enxergar alem dessa dourada seta
Da agonia que prende minha solidão
E que traz em meu choro a suave canção
Da melodia macabra de minhas memorias.

1. 

Lembranças

Hoje esta chovendo novamente. E é incrivel como tudo que acontece de grandioso (seja bom ou ruim) aparece junto á chuva.
Estive conversando bastante com os outros e comigo mesma esses dias, e sem querer hoje uma lembrança daquilo que mais me machuca veio á tona. Foi dificil ignorar e continuar o dia, mas eu consegui, porem algo me dizia que havia um "a mais" nisso. Eu tinha novamente aquela estranha paranoia de que não havia sido em vão que lembrei aquilo. E esse estranho medo esta aumentando, principalmente por saber que certas coisas ainda não foram totalmente cortadas definitivamente.
E mais uma vez estou rezando para estar errada. Creio que esse ano esta me trazendo mais verdades do que estou conseguindo computar, e ainda não tenho certeza se isso é algo bom ou ruim, tudo que eu sei é que essas lembranças doem mais do que eu posso manter longe do meu rosto, mas esquece-las não é uma opção. A dor torna tudo mais real, e preciso manter isso em mente para tomar uma decisão correta e não perder o controle se algo acontecer novamente.

E mais uma vez. Eu de todo meu coração espero estar errada.

Só espero que ainda haja um deus la em cima disposto a escutar minhas preces.

Pensando na vida

Estive pensando...
Na vida, em tudo que vem acontecendo nos ultimos tempos, em como as coisas mudam de uma hora para outra de forma que não somos capazes de controlar. As vezes para bom, as vezes para mal, as coisas simplesmente mudam num piscar de olhos e tudo que podemos fazer é sentar e observar tudo girar ao seu redor e parar em uma posição totalmente diferente do que um dia foi.
Meu sentimento não é excessão. Em um dia, meu mundo era perfeito, eu tinha tudo o que sempre desejei ao alcance de minhas mãos, sentia-me finalmente completa e apenas com uma leve expectativa do que de melhor estava por vir com um pouco mais de tempo para as coisas fluirem.
E m um baque. Um súbito passo em falso, tudo se foi. O sentimento cálido que a cada dia se tornava maior, recolheu-se de forma que apenas uma leve sombra do que era, remanesceu. A esperança, que tão cuidadosamente eu cultivava, despedaçava-se diante dos meus olhos, e o gosto amargo da decepção tornou-se a única certeza que eu tinha.
E mais uma vez aqui estou, incompleta novamente, tentando miseravelmente voltar a ser o que eu era, ou pelo menos recuperar um pouco dos sorrisos que eram tão meus. A vida me ensinou mais uma lição, uma que eu ja conhecia bem, mas que foi cegada pela confiança. E como sempre, ela foi ensinada do pior modo possivel, com dor, sofrimento, e um belo "eu te avisei" vindo da minha própria consciencia que tanto guerreou com meu coração.
As coisas realmente mudam de uma hora pra outra... E agora é a razão, simples e logica, que guia cada dia. Talvez não seja o mlhor modo de viver, mas é o mais pratico e o menos doloroso no momento.
Sem expectativas, sem decepção. E de tanto pensar na vida, cheguei à conclusão de que talvez essas mudanças sejam boas, talvez ajudem a termos uma visão mais ampla, de todos os ângulos do que estamos vivendo. A dor é uma consequência desagradavel, mas estou tentando aprender a lidar com ela, assim como estou tentando, mesmo com a minha mente fechada, pensar que talvez eu ainda tenha uma chance de ser feliz.

Positividade nunca foi o meu forte. Mas, bem, estou dando o melhor de mim

Quem sabe eu esteja enganada e viver ainda valha a pena.

The rain...

As cores do estão se acinzentando com cada batida de coração. Cada respiração entrecortada faz crescer a dor que mal cabe no peito.Os olhos brilham como diamantes,  lágrimas solitárias escapam, uma após a outra, traçando seu suave caminho pela pele, deixando um rastro de dolorosas lembranças e um enorme buraco na alma.
Meus olhos fecham-se diante da ilusão, recusando-se ao alívio vão do desvio da verdade... Braços se fecham ao meu redor, e com pesar noto que são meus próprios braços que me envolvem, em uma pobre tentativa de conforto. A cada toque do relógio, ouço meu coração desfazer-se, parte a parte, enquanto a chuva do lado de fora acaricia meus ouvidos com o suave som da tristeza de suas frias gotas, o som do choro dos céus, que contrasta com o meu próprio. Discreto, quase silencioso, mas com um significado mais profundo do que ninguém pode imaginar.
Será que o céu se compadecia de minha angústia, e chorava por mim?
Meus olhos se abrem, buscando nas paredes vazias uma resposta para a pergunta que ecoa em minha mente, mas que sei que nunca ouvirei pronunciadas as palavras que a sanariam... Não há nada ao meu redor alem da extrema melancolia que assola minha alma, e a cada segundo torna minha existência mais miserável.
 Abro minha boca em um grito silencioso do turbilhão de pensamentos sombrios que invadem meu ser, as lágrimas vertem agora junto com a chuva, seguidas, sentidas, sem fim. Soluços involuntários escapam seguidos de um aperto esmagador em meu peito, ameaçando acabar com as batidas do meu frenético coração.
Em um estalo, a confusão e o medo foram finalmente tragados pelo torpor, e dou as boas vindas à fria falta de sentimentos que de repente toma conta de mim. Tudo se torna cinza, todos os sons deixam o ambiente, a chuva deixa de cair, e o tempo parece congelar em um sufocante segundo que com todas as minhas forças eu desejo ser eterno.
E com um ultimo suspiro, a luz deixa meus olhos, tragando o ultimo pedaço que existia de mim.

Como uma marionete sem vida, sigo caminhando. Uma criação imperfeita em busca da paz.

Será que um dia poderei ouvir novamente a chuva?