Um poeta solitário contempla o firmamento
Em seu manto de sombras observa o momento
O mais belo surgir da mãe das estrelas
Tão sublime dama desliza, faceira
Cortando o véu de negrume noturno
Procura entre os astros com olhar soturno
Seu consorte e amante, o mais belo brilhante
Sorrindo ao mundo em crescente instante
A quem a contempla em adoração
A cada pequeno e triste coração
Mas também a grande e calorosa paixão
Assim como olhares de pura emoção
E mesmo minguante segue a valsar
Em meio sorriso continua a buscar
Seu brilhante amor pela noite cortando
Preciosa rainha ainda dançando
Encanta a todos que a veem passar
Com seus passos graciosos e precioso olhar
Ó doce lua cheia de olhos de prata
Mostre aos humanos que o amor não mata
Mesmo que a dor de perdê-lo seja gritante
Despeje em nós seu pó de diamante
Majestosa madrinha, mãe dos amantes
Sussurre as estrelas sua voz cantante
Pois a visão da beleza de sua imagem
Já deu ao poeta a mais sublime miragem
A lua inocente que calada encanta
Encerra sua noite quando no horizonte levanta
Aquele a quem tanto tempo procurava
O astro que a ela seu brilho inspirava
Seu amante, o sol em bela despedida
Faz a aurora para a lua em sua partida
E eterniza a junção de luzes e trevas
Espetáculo que o tempo pra sempre preserva
Quando a lua sorrindo faz sua retirada
O sol por ela faz sua alvorada
E no florescer de um dia a mais
Quem observa no coração traz
O que os poetas buscam descrever.

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