Encostada sozinha na parede do meu quarto, me perguntei pela milésima vez o que diabos eu estava fazendo parada ali. E apesar de negar com todo meu ser, eu sabia bem o motivo disso: eu estava esperando-o. Mesmo com tudo e todos me dizendo o contrario eu não podia me fazer parar de esperar, sempre havia uma pequena centelha de esperança, como uma voz no fundo do meu coração que sussurrava “ ele vai voltar, ele disse que ia voltar”, e mesmo eu ignorando ao maximo, meu corpo parecia ter vida própria e não respondia meus comandos, me fazendo ficar ali esperando, e disparando meu coração cada vez que alguém tocava a campainha, só para faze-lo murchar toda vez que comprovava que não era ele ali.
- Será que isso é se apaixonar? – perguntei em voz baixa enquanto abraçava meus joelhos contra meu peito
Bem, o que eu sentia? Não havia aquele frio na barriga quando eu pensava nele, como também eu não me sentia nem um pouco como se dizia nos livros de romance, nada de borboletas no estomago, mão suada ou um sentimento de fim do mundo quando pensava que ele poderia sumir. Eu na verdade sentia um grande nada... um vazio. É como quando temos um objeto, por exemplo, uma correntinha que você não ama ou gosta especificamente dela, mas que você a usou por um longo tempo e então um dia tirou ela do seu pescoço. Você não sofre, não chora porque esta sem essa correntinha, somente sente a falta dela no seu pescoço, e mesmo inconscientemente durante o dia você vai tocar aquele lugar onde ela costumava estar e então se lembrar que você a tirou. E era mais ou menos assim que eu me sentia, havia a falta de ter alguém ali por mim, alguém que eu sabia que poderia abraçar e fechar os olhos para os meus problemas, alguém em quem eu pensava antes de dormir, alguém que me trouxe ao mais perto da felicidade que eu já estive, mas eu não estava morrendo por isso, apenas... era como se faltasse algo na minha vida. Não sei se conseguiria explicar direito isso, mas é o que eu sentia.
- Estúpida – murmurei me levantando
Caminhei pela casa vazia sem realmente prestar atenção em nada. Olhei pela janela, o dia estava agradável, sem sol, com uma temperatura perfeita, nem frio nem quente exatamente como eu gostava. As pessoas passavam pela rua e eu observava-as tentando imaginar como seria a vida de cada uma delas, pra onde estavam indo, o que estavam pensando, e depois de alguns minutos desse jogo silencioso sai da janela e voltei para o meu quarto, sentando na cama com um suspiro.
E no fim estava eu ali sendo estúpidamente humana. Mais uma vez. Isso já estava ficando repetitivo...
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